Cibersegurança – Estarão as organizações portuguesas preparadas para 2023?

2022, foi um ano de transição que deixou um rasto de vários ataques, uns foram tornados públicos e outros nem tanto. Com esta tendência a aumentar face ao contexto social e internacional, estarão as nossas empresas preparadas para o que vem aí?

Conheça algumas das entidades portuguesas vítimas destes ataques:

Infelizmente a tendência é que estes casos aumentem nos próximos anos culminando numa tempestade perfeita, pelo que as empresas têm de estar preparadas.

dos alvos de ciberataques
são escolhidos
0 %
dos crimes são feitos por entidades organizadas de cibercrime
0 %

O que pode constituir um ALVO de interesse para o cibercrime?

Existem características específicas que podem constituir um alvo de interesse para o cibercrime, nomeadamente:

  • Alta visibilidade
  • Reputação
  • História, importante para a sociedade em geral
  • Participação no mercado
  • Operações de Serviços Essenciais  
  • Gestão de dados importantes, pelo volume ou sensibilidade
  • Serviços de natureza crítica, tais como:
    • Propriedade intelectual e segredos comerciais;
    • Dados de clientes e informações pessoais;
    • Informações financeiras e sistemas de pagamento;
    • Infraestruturas críticas e sistemas de controle;
    • Informações sensíveis do governo ou militares;

Contexto Geopolítico Internacional

No início de 2023 foi noticiado por vários meios nacionais e internacionais que o grupo KillNet – Pró Russia, estaria a preparar ataques DDOS contra os apoiantes da Ucrânia, entre eles, os países da OTAN e os seus aliados, o que inclui Portugal.

1 fevereiro 2023, as autoridades holandesas confirmaram que vários hospitais europeus foram alvo de hackers pró-Rússia por este mesmo grupo.

O Centro Nacional de Cibersegurança da Holanda (NCSC) afirma que um dos seus hospitais sofreu um ciberataque durante um fim de semana, apontando que outros estados europeus que apoiam a Ucrânia também foram atacados. Estes dados foram confirmados pelo artigo da Infosecurity Magazine, publicado na altura.

E nós?

Embora Portugal tenha sido proativo na implementação de medidas para proteger as suas organizações e cidadãos, ainda estamos longe de alcançar uma postura ciber-resiliente.

Depois de ter adotado uma “postura pedagógica” o diretor geral do Centro Nacional de Cibersegurança e do Gabinete Nacional de Segurança avisou que a autoridade está a mudar de estratégia e vai começar a aplicar coimas.

"A lei foi transposta em 2018 e no ano passado fizemos 74 ações de formação em todo o país com 1680 pessoas que obtiveram o certificado, para ensinar que requisitos de segurança deviam cumprir. Quando vemos estes resultados é frustrante"
Gameiro Marques

Em causa está a aplicação do Decreto-Lei 65/2021 que define as obrigações das organizações que prestam serviços críticos. Infelizmente as organizações não está a cumprir com estas obrigações e já começaram a ser notificadas sendo que muito em breve serão aplicadas coimas.

Qual é o impacto financeiro e reputacional na nossa empresa se os dados dos nossos clientes forem expostos na darkweb?

E se os dados forem completamente apagados??

Não existem sistemas 100% seguros, mas existem medidas que as empresas podem e devem adotar para manter os dados seguros e mitigar possíveis falhas de segurança e tentativas de intrusão. De entre estas medidas, destacam-se:

  1. Parceria com empresas especializadas em Cibersegurança para acompanhamento e aconselhamento próximo e contínuo;
  2. Realização periódica e regular de testes de penetração (pentest) para identificar vulnerabilidades e ter a oportunidade de corrigi-las antes que sejam exploradas por cibercriminosos;
  3. Utilização de criptografia em dados pessoais, financeiros ou qualquer outro de natureza sensível;
  4. Utilização de mecanismos de segurança e controlo técnicos como firewalls, IDSs e IPSs;
  5. Realização de backups de dados regularmente para garantir a recuperação de dados em caso de falha de sistema ou ciberameaças;
  6. Implementar ações de treino e formação de funcionários para que estes estejam preparados para reconhecer e responder a ciberataques prontamente e adequadamente.

Empresas de serviços críticos/essenciais ou com elevada necessidade dos sistemas informáticos para a continuidade de negócio devem ter, obrigatoriamente, auditorias de segurança periódicas e aconselhamento especializado.

Os nossos especialistas

Rui Carreira, Senior Pentester & Team Lead Manager at Roboyo Portugal

“Estamos a trabalhar em proximidade com algumas organizações que gerem e tratam dados de natureza sensível. Isto inclui empresas do setor financeiro, serviços essenciais, estatais e governamentais. De uma forma resumida, o meu trabalho é uma espécie de jogo do rato e do gato. Recorremos a ferramentas e técnicas utilizadas por cibercriminosos para aproximar os nossos testes de segurança a cenários reais de ciberataques. No entanto, estamos surpreendidos com a quantidade de vulnerabilidades que temos identificado e respetivos níveis de criticidade. Ficamos contentes com a possibilidade de ajudar estas empresas a melhorar a sua postura de segurança e a tornarem-se mais resilientes a ciberameaças.”

Hugo Almeida, Implementation Specialist Iso at Roboyo Portugal

” Na realidade, os tempos são desafiantes. O Decreto Decreto-Lei n.º 65/2021, de 30 de julho veio acrescentar alguma organização e orientação ao processo de adaptação das entidades no uso de boas práticas no âmbito da Cibersegurança.  As instituições por vezes são vítimas do seu tamanho, e é um processo complexo instituir novas práticas, quer pelo volume de ativos, quer pela quantidade de colaboradores, fornecedores e área de operações ou de negócio. Penso que o Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS) tem feito um louvável trabalho de sensibilização e pedagogia. Do nosso lado, cá estaremos para ajudar e orientar os nossos parceiros a continuarem em cumprimento e mais tranquilos!”

Para mais informações contacte-nos.

MORADA

Rua Soares dos Reis, nº765 – 3
4400 – 317 Vila Nova de Gaia
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